Apesar de ter ficado assegurada a situação dos trabalhadores da Base das Lajes, o Grupo Parlamentar do PS Açores mantém-se firme na defesa dos compromissos assumidos com os diferentes responsáveis quanto às questões ambientais sem, contudo, alimentar alarmismos quanto à qualidade da água para consumo.
No dia em que se ficou a saber que o Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira (PREIT) impediu o despedimento de trabalhadores na Base das Lajes e gerou 748 empregos nos últimos dois anos, o deputado Francisco Coelho, realçou a importância da intervenção do Partido Socialista dos Açores nessa matéria: “Quando face aos acontecimentos recentes, correlacionados com a Base das Lajes, o principal assunto que a oposição considera de preocupação e traz aqui é o PREIT, isso é muito significativo. Quer dizer que o drama fundamental que tivemos de enfrentar, da redução de 400 trabalhadores na Ilha Terceira, não é hoje, felizmente, notícia porque foi, dentro de todas as possibilidades, resolvido e bem resolvido”.
“E é por isso que esta interpelação é - naquilo que não diz, mas naquilo que significa - um dos mais pungentes elogios ao Governo dos Açores e ao Partido que o suporta”, acrescentou o deputado socialista, durante os trabalhos parlamentares desta terça-feira, em que o CDS-PP interpelou o executivo açorianos sobre o PREIT. Francisco Coelho referia-se, nomeadamente, às “justas indemnizações” que os trabalhadores em risco de despedimento, conseguiram e que, como fez questão de recordar, não foram conseguidas “por acaso”, mas sim pelo “papel ativo, interventivo e influente do senhor presidente do Governo”.
Ao criar um Plano desta natureza, o Governo dos Açores teve uma iniciativa “generosa”, mas também “temerária e corajosa” por causa dos riscos que acarreta, já que “esta questão implica um conjunto de responsabilidades que, nós sabemos, não são da Região Autónoma dos Açores nem dos seus Órgãos de Governo próprio”. Quanto às que dizem respeito ao Açores, Francisco Coelho deixa claro que “há responsabilidades que estão perfeitamente definidas, que o Governo dos Açores, e o Partido Socialista, está atento a elas e hoje como ontem, independentemente das vestes dos sucessivos Governos da República estarão atentos, atuantes e denunciarão aquilo que for necessário em relação aos interesses dos Açores”.
Quanto à questão ambiental, reconhecendo que “nem tudo está bem e que nem tudo corre, sobretudo, ao ritmo que nós gostaríamos”, o deputado do Grupo Parlamentar do PS Açores fez questão de condenar a falta de rigor e de objetividade quanto descontaminação dos solos na ilha Terceira. Considerando que não deverá existir água mais testada do que a da Praia da Vitória - “Esta água e o seu consumo serão dos mais escrutinados no País” - e o que todas as entidades confirmam é que “essa água não tem qualquer tipo de problema para consumo humano”.
Francisco Coelho defende por isso que os problemas não devem ser escamoteados – “Se é verdade que há um problema, real e potencial, se este problema existe tem que ser estudado, acompanhado e tratado” – mas também não devem ser aumentados “maltratando a verdade”.